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Sementes crioulas: o resgate da soberania alimentar por um futuro mais sustentável




Você já ouviu falar em sementes crioulas? Fortes, sustentáveis e resistentes. Essas são algumas das características que destacam esses grãos da maioria. Embora não sejam muito populares, são uma verdadeira tradição em diversas comunidades no Espírito Santo e uma alternativa mais sustentável para a produção de alimentos. Por isso a Fundagres Inovar, pelo projeto Rede Petrotec ES, em parceria com a Petrobras, está construindo uma estrutura dedicada à preservação deste tipo de semente.


A origem das sementes chamadas crioulas remonta ao princípio da agricultura: essas sementes são de espécies que existem há muito tempo e foram se aprimorando com o tempo (segundo as teses biológicas do evolucionismo) e a partir de práticas de agricultura (melhoramento tradicional), que não incluem o uso de químicos e melhoramentos genéticos.


Segundo a Lei de Sementes (Lei n. 10.711/2003), temos como definição legal:

“Cultivar local, tradicional ou crioula: variedade desenvolvida, adaptada ou produzida por agricultores familiares, assentados da reforma agrária ou indígenas, com características fenotípicas bem determinadas e reconhecidas pelas respectivas comunidades e que, a critério do MAPA, considerados também os descritores socioculturais e ambientais, não se caracterizem como substancialmente semelhantes às cultivares comerciais


Um mercado primariamente dedicado à produção de commodities para exportação pode gerar insegurança alimentar, a possível aculturação de povos e comunidades tradicionais e a dependência tecnológica e econômica, pois a produção fica restrita a um modo de produção que não desenvolve o trabalhador do campo, agravando desigualdades sociais e problemas ambientais. Com efeito, as sementes crioulas podem ser também uma resposta às monoculturas que degradam o solo e possuem muito menos biodiversidade. O monopólio praticado pelo agronegócio leva a uma uniformidade genética, e essa perda de variedades acarreta na vulnerabilidade das plantas às pragas e doença.


Milho, feijão-enxofre e feijão-vagem são alguns exemplos desses grãos que foram melhorados, naturalmente, ao longo das décadas, e demonstram a riqueza presente nessas culturas tradicionais. Neste sentido, as sementes tradicionais são essenciais para garantir a soberania alimentar de agricultores e suas famílias e também podem ser entendidas como uma saída para as mudanças climáticas que afetam cada vez mais as culturas vegetais, impactando diretamente nos hábitos alimentares da população.


Quem defende essa ideia é a extensionista do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Carolina Fernandes. “Talvez um dia a gente precise dessas sementes conservadas para poder desenvolver novas variedades e enfrentar as novas mudanças climáticas globais, porque, se eu tenho esse milho, ele vai passando de geração a geração, e outras variedades estão acompanhando essas mudanças e estão se adaptando a elas”, explica.


Assim, preservar os grãos é preservar a história dessas comunidades. “O produtor não precisa comprar a semente para plantar. Ele tendo a semente, ele vai ter acesso ao alimento. Ele pega a semente e simplesmente reproduz a espécie”, destaca Carolina.

Por isso, o projeto Rede Petrotec ES, realizado pela Fundagres Inovar com apoio da Petrobras e o Incaper, incentivam a reprodução e preservação de sementes crioulas através do Banco Ativo de Germoplasma (BAG).


Essa estratégia impede perdas de recursos genéticos e a extinção de espécies através da coleta, preservação, caracterização, documentação, avaliação e intercâmbio dos grãos. Desta forma, o BAG organiza a distribuição de sementes.


Promovendo a cultura das sementes crioulas

Durante a inauguração do pátio de uso comunitário da comunidade de São Paulo de Viana, em Viana, foi realizada uma ação de comercialização da semente crioula. A atividade aconteceu no dia 2 de julho de 2023 com o objetivo de chamar a atenção da população para a preservação dos grãos.


A ideia foi aproveitar a reurbanização desse importante espaço de convivência, que reúne moradores da área urbana e rural do município, para divulgar a iniciativa, que é do Projeto Inovarural, também realizado pela Fundagres Inovar, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).


Com uma grande cartela de projetos, a Fundagres Inovar constrói iniciativas transversais, que reúnem diferentes parceiros em prol de um desenvolvimento mais sustentável através de ações de pesquisa, ATER e ATEPA.


Informações à Imprensa:

Sara Gomes | Cecilia Ribeiro

(27) 99856-8900 | (27) 99765-3777


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