O cacau é o novo alvo da campanha da Fundagres Inovar para a Melhoria da Qualidade dos Produtos e Serviços das Atividades Agropecuárias na Calha do Rio Doce. Marcando o encerramento do projeto Inovater, com o apoio do Incaper e da Fundação Renova, entre os dias 11 e 15 de dezembro foi realizada uma viagem técnica a Ilhéus, município conhecido como a capital brasileira do cacau.
As atividades tiveram como público-alvo técnicos do Incaper, da Fundagres Inovar, beneficiárias do projeto Mulheres do Cacau, técnicos do Movimento de Promoção Educacional do Espírito Santo (MEPES), representantes da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), representantes da Associação dos Cacauicultores do Espírito Santo (ACAU) e beneficiários do Projeto.
Uma dessas ações foi a capacitação para seleção de amêndoas do cacau, intitulada “Produção de Chocolate Bean To Bar”, que foi ministrada no Centro de Inovação do Cacau, localizado dentro da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Lá, os agricultores atingidos e técnicos tiveram a oportunidade de conhecer e aprender com a doutora em biotecnologia na área de bioprospecção de microrganismos da fermentação de cacau, Adriana Reis, e com a criadora do método ChocoScience e fundadora do Chokolah, Claudia Schultz.
Ao longo do curso, foram abordados os processos de fabricação artesanal de produtos com as amêndoas de cacau selecionadas para a produção de chocolate, incluindo o fluxograma dos processos, a moagem, conchagem e cristalização. Além disso, os alunos colocaram os ensinamentos em prática, produzindo chocolate e vivenciando todas as etapas de fabricação.
A produtora rural Tatiana Lopes, que fez parte da capacitação, destaca os aspectos mais importantes do curso: “principalmente pela qualidade dos professores, pela excelência no trabalho que eles desenvolvem aqui no CIC, a experiência foi incrível. Também no sentido de qualidade que estamos trazendo para o nosso trabalho, como exemplo dos processos, o resultado é excelente sobre o que aprendemos aqui".
Outros participantes da viagem estiveram na Comissão Executiva do Plano Lavoura Cacaueira (Ceplac) e acompanharam as atividades de pesquisa voltadas a preparação e aplicação de biocontrole e conhecendo o manejo integrado de pragas (MIP), por meio da endoterapia vegetal, técnica utilizada para incentivar práticas sustentáveis na atividade cacaueira.
Além disso, uma parte dos participantes da viagem conheceram o Assentamento da Reforma Agrária Dois Riachões, que está localizado na cidade de Ibirapitanga, no Baixo Sul da Bahia. O território tem uma história marcada pela agricultura familiar e pelo protagonismo de famílias produtoras de cacau, integrantes da Povos da Mata.
Entre os principais aprendizados estão o cultivo sustentável seguindo práticas agroecológicas a fim de melhorar a qualidade do cacau e aprimorar as técnicas de manejo orgânico, o que contribui para a obtenção de chocolates de alto padrão.
Também foi possível conhecer tecnologias sociais aplicadas junto aos assentados da comunidade, como a fossa séptica e agroindústrias familiares voltadas ao processamento do cacau e de frutas e as iguarias desenvolvidas com apoio de chefes renomados, aproveitando as culturas alimentares locais.
A programação contou também com a ida ao Instituto Federal Campus Uruçuca - Bahia junto à equipe do Tabôa Fortalecimento Comunitário. Lá, foi possível conhecer as experiências sobre o Crédito de Recebíveis do Agronegócio (CRA) Sustentável do Cacau, o microcrédito e ações de ATER personalizadas, a atuação do Tabôa junto a Rede Povos da Mata, e o projeto Uruçu na Cabruca voltado a Meliponicultura para impulsionar a produção agroecológica na Bahia.
Os agricultores rurais atingidos e técnicos também aprenderam tudo sobre o cacau, desde o início até o final do processo produtivo na Chocolateria Dengo, que tem como consultor o coffee hunter Ensei Neto.
Vindo da floresta Cabruca, o chocolate é produzido em meio à Mata Atlântica, com todo o cuidado de preservação da natureza. Começando na colheita do cacau, que é feita de forma manual, o processo de produção transforma a matéria-prima em barras de chocolate, bombons, drágeas, ganaches e até em chá aromático de casca de cacau.
Os visitantes aprenderam sobre o ciclo do cultivo do cacau, sua história e tiveram uma imersão sensorial na floresta e na produção de amêndoas de cacau de alta qualidade. Além disso, eles percorreram o roteiro de agroturismo do espaço com o objetivo de inspirar a criação de rotas agroturísticas no Espírito Santo.
Todas essas atividades fazem parte da Campanha de Melhoria da Qualidade dos Produtos e Serviços das Atividades Agropecuárias na Calha do Rio Doce, realizada pela Fundagres Inovar e Incaper por meio do Projeto Inovater, apoiada pela Fundação Renova e outros parceiros como o Projeto Inovarural e o Projeto Campo Livre, ambos realizados pela fundação.
Nova iniciativa
Como parte da Campanha, a Fundagres Inovar também promoveu, em parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), uma visita técnica com as mulheres agricultoras familiares residentes nos territórios da calha do Rio Doce, incluindo participantes do projeto Mulheres do Cacau. Esta é uma nova iniciativa da Fundagres Inovar e Incaper, apoiada pelo Banco do Nordeste.
Lá, elas participaram de palestras que abordaram a comercialização dos cafés femininos e a participação das mulheres nos concursos de cafés especiais.
Durante a atividade, elas conheceram o projeto Póde Mulheres, em Muqui, criado para agregar valor aos cafés produzidos exclusivamente por mulheres integrantes da Cooperativa dos Cafeicultores do Sul do Espírito Santo (Cafesul). Elas também conheceram as unidades produtivas e de beneficiamento onde as mulheres produzem o café especial, assim como a evolução do produto, as suas notas sensoriais, além de degustação das bebidas.
As visitantes também conheceram a história do grupo e o papel da cooperativa em relação ao desenvolvimento dos pequenos produtores da região sul para promover o desenvolvimento sustentável das comunidades onde atua.
Informações à Imprensa:
Sara Gomes | Cecilia Ribeiro
(27) 99856-8900 | (27) 99765-3777
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